terça-feira, janeiro 03, 2023

O SILÊNCIO DOS BONS E A CONTAMINAÇÃO DO MAL


"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons"
(Martin Luther King)

Martin Luther King foi pastor, ativista e líder do movimento dos direitos civis nos EUA.
King recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1964 por seu engajamento no combate ao Racismo Norte Americano.
Hoje, o legado de Martin Luther King é inestimável não só para americanos, como para todo o mundo. Só que não foi sempre assim.

Durante o tempo em que militava e defendia sua causa, o FBI - que é o Departamento de Investigação Federal da Polícia dos EUA, investigou King por supostas coligações comunistas devido ao seu posicionamento político em favor dos pobres, e há registros inclusive de ameaças anônimas que ele recebia. Até que em abril de 1968, King foi assassinado por um homem de bem, que o considerava traidor, porque movia as pessoas em suas marchas para parar e enfraquecer o país política e economicamente.

O mundo gira, e voltamos frequentemente a lugares parecidos, e o pior: sem ter aprendido com as experiências de sofrimento que vivemos e presenciamos.

Já poderíamos ter aprendido que mal e bem não têm nome, não têm religião, não têm cor, roupa, ou gênero; mal e bem são como sementes, e sua fecundação vai depender da dispersão, do ambiente, de condições que favoreçam seu germinar e seu desenvolvimento, até que talvez possam ser reconhecidos por seus frutos.

Se nos calarmos diante dos frutos, da falta de lucidez, do fanatismo, da discriminação, da desigualdade social e da intimidação pelo medo e pela violência, estaremos favorecendo as condições para o mal se alastrar e se fortalecer. 

O silêncio dos bons não se revela exclusivamente em ações pontuais como, por exemplo, estar presente em passeatas, mas fundamentalmente no omitir-se e até no dividir forças quando o mal é iminente.

A política, por exemplo, deve ter sim representatividade, e os valores democráticos precisam ser praticados, mas o caminho da espiritualidade é individual no entendimento, e coletivo no amor, na comunhão e no respeito. Não existe supremacia religiosa capaz de governar em nome de Deus. Deus não tem partido, e nenhum partido legitima Deus. Deus é insondável.


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