Pai,
Aos pouco, bem lentamente, entre dias cinzas e dias
azuis, entre noites dormidas e noites acesas, entre raros e muitos fios
brancos, temos visto sinalizada a velocidade do calendário, e temos tentado
ajustar nossa opinião e nosso jeito de compreender a vida na peregrinação
humana.
Errando muito e acertando algumas vezes, a gente tem
insistido na fé. Ela “não costuma faiá”...
Temos chorados nossas lágrimas e as lágrimas dos irmãos, de
gente querida para quem, a fé tem sido o fundamento do que se espera, e a extraordinária
e inexplicável certeza que traz paz a respeito daquilo que nossos olhos humanos
ainda não conseguem enxergar.
Alguns de nós têm certezas absolutas, outros têm suas
dúvidas igualmente absolutas, ou apenas incertezas, e outros descansam na paz
dessa fé, reconhecendo-se finito e impotente diante do sofrimento, e respirando
fundo entre uma dor e outra, entre uma tragédia e uma festa, mas buscando
diariamente sobreviver na paz que dorme nos braços do insondável, mas tremendo em
amor.
Por isso, oramos...
Senhor, tenha misericórdia de nós, teus filhos, frágeis em perspectiva transcendente, mas tão cheios de si, e soberbos no próprio entendimento e em vaidades.
Perdoa quando nos julgamos com “estrelinha na testa”, melhores uns que outros, mais sábios aos próprios olhos; e dê-nos humildade para um desapego adequado, para consciência de um propósito acima do nosso egoísmo, finitude e “unidade”- no sentido mais transcendente e poderoso que este conceito puder atingir.
Senhor, tenha misericórdia de nós, teus filhos, frágeis em perspectiva transcendente, mas tão cheios de si, e soberbos no próprio entendimento e em vaidades.
Perdoa quando nos julgamos com “estrelinha na testa”, melhores uns que outros, mais sábios aos próprios olhos; e dê-nos humildade para um desapego adequado, para consciência de um propósito acima do nosso egoísmo, finitude e “unidade”- no sentido mais transcendente e poderoso que este conceito puder atingir.
Manifesta, Pai, o teu Espírito em nós, e por meio de nós faça fluir teu amor, sem
exceção de cor, raça, cultura, gosto, identidades, ou opiniões. Para que, de fé
em fé, consigamos nos fortalecer para te perceber nas entrelinhas da vida,
vivendo e amando de modo mais empírico, não de palavras, mas de fato e em
verdade.
Senhor Deus, consola-nos. Passa o teu bálsamo de amor sobre
nossas feridas, e assim, estando ligados em ti, consolemo-nos uns aos outros no
mesmo amor; e que, saibamos perceber o que, como e onde Tu nos quer para exalar
o teu bom perfume, seja em silêncio, em canção, em oração ou em trabalho, mas
sempre em oferta de amor, do teu amor.
Assim seja. Amem.