domingo, junho 07, 2020

100-OR


São tantos os conceitos que vejo sendo proclamados em alta voz, e, dentro em mim, arde uma certeza diferente,  pouco convencional.
Olho pra isso e me ponho a pensar naqueles que nos antecederam. Quanto legado precioso de gente que "sangrou demais", quanta herança de lutas duras, que acatamos por verdades sólidas, e que eram só pensamentos fluidos de almas angustiadas.
Imagino que era uma angústia de saber-se finito, mas com um sentimento de misterioso pertencimento, que, em meio a sua causa, trazia paz e coragem para a luta, e força para que defendessem entendimentos e valores que os moviam e que, tendo sido conquistados, hoje nos beneficiam.
Às vezes, tenho a sensação de que posso seguir seus exemplos, e pagar o preço de também "sangrar pra cachorro" para que "eu fale e não as minhas cicatrizes", mas sinto um incômodo aflitivo por não me conformar com o conforto da apatia dos que se dizem "do bem" e toleram o absurdo escancarado do mal todos os dias, em todas as telas.
Performance de gente que concebeu uma ideia, e sentou-se sobre um conceito estrutural e definitivo de tempo onde passado presente e futuro são congelados, onde profecias são manipuladas e o Evangelho não é interpretado para renovação do nosso entendimento, pois as vidas são julgadas a partir de suas posses, da sua cor de pele, e de seus conflitos mais íntimos e humanamente inatingíveis - como orientação e identificação de gênero - para estes (principalmente), a transformação esperada mora no legalismo da aparência do bem conceitual, e acabam escondendo monstros, feridas e mentiras. 
No ditado popular: "Por fora bela viola; por dentro, pão bolorento", nas palavras de Jesus... "sepulcros caiados", o que é lamentável. Uma assombrosa e factível realidade.

Envelhecer é diferente de apodrecer

Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem? (Confúcio) Eu, com certeza, seria velha, em qualquer momento. Devo ter na...