“Não
somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais
vivendo uma experiência humana”
(Wayne W Dyer)
Toda
linguagem sofre a ação do tempo, da cultura, da região; e as palavras usadas na
linguagem são diretamente afetadas por esses fatores.
Algumas palavras mudam completamente o sentido, outras perdem a intensidade, e
muitos vocábulos novos surgem, influenciados pelo contexto, pela internet, etc.
Com o SAGRADO, pra mim, o que aconteceu é que sempre foi um termo associado ao
ambiente e aos assuntos religiosos.
Daí, quando a espiritualidade deixou de se relacionar única e exclusivamente
com os templos e seus dogmas, o culto ocupou um patamar maior -
saímos do ambiente da religião, e finalmente nos entregamos ao deslumbramento
da vida, e começamos entender o magnetismo e os mistérios presentes nas coisas
simples e poderosas do dia a dia.
É nesse momento que o SAGRADO deixa de morar exclusivamente nos preceitos
religiosos e passa a afetar e contagiar o simples da vida. Viver passa a ser SAGRADO.
E qual o sentido de SAGRADO?
Não
vamos falar em definição de palavra. Quando a gente define, a gente limita, a
gente prende. Quando a gente significa, a gente pode ressignificar; a gente mantém as possibilidades de interpretações e sentido; sem definições, e livre para ser, conforme o momento, a cultura, e o entendimento pedirem.
Sagrado é aquilo que envolve algum ritual, que merece dedicação, que é reservado do ordinário, do comum, e que pode ter vínculo e simbologia espiritual
Tal qual outras vezes na história da humanidade, esta Páscoa (que já é a segunda que nós estamos vivendo num cenário de calamidade) é uma Páscoa onde os símbolos sagrados da Religião (por definição) devem ser transcendidos. Judeus têm sua história para celebrar, cristãos também têm, agnósticos, ateus, e seja lá mais o que for, todos temos ovos, chocolates, coelhinhos, etc. Mas esta Páscoa merece ir além desse lugar de rituais simbólicos e aproveitarmos para tratar a vida como ela é: SAGRADA.
Existe algo experimentado por nós tão sagrado quanto a vida? O bem- estar, a Saúde, respeito, recursos naturais, o direito e o prazer de amar e ser amado, os relacionamentos...
Então, como a gente faz para reverenciar essa sacralidade da vida? É o que eu gostaria que a gente pensasse nessa Páscoa.
O dom da
vida é inestimável. E não existe religião, ídolos, símbolos, frases prontas,
templos abertos ou fechados.. Nada, absolutamente nada, consegue chegar mais
perto de Deus que a vida, da qual Ele é fonte.
Preservar,
respeitar e compartilhar a vida é um louvor, um culto, uma celebração.
Feliz Páscoa. Feliz Vida!