“Quanto mais passional minha ligação com a coisa, tanto mais verdadeira. E quanto menos ela é evidente à razão, tanto mais certa. A realidade é irracional por ser singular” (Kierkegaard )
Não me incomodo se me criticam por conjecturar sobre assuntos que “não levam a lugar algum”. Reconheço que sou passional em relação a vida. Há coisas que minha razão não consegue explicar com total compreensão, mas, sobre estas coisas, sei que me queimam o peito, me aceleram o pulso, me levam às lágrimas, me roubam o sono... São, em sua maioria, coisas tão relevantes, mas que não estão na lista de reflexão de todas as pessoas.
Quando se é criança, o mundo é uma enorme caixa lúdica – seja qual for a magnitude da fantasia ou o universo de realidades em que se vive. Já na adolescência, a vida é um alvoroço de idéias, emoções e questionamentos, sempre na perspectiva de que viver é uma aventura, de preferência, sem limites. A juventude é o auge! É quando se olha a vida como um grande desafio, envolvendo muitos sonhos, sempre num oceano de possibilidades, afinal, há uma vida inteira pela frente! Como tão poeticamente já cantou Lupicínio Rodrigues:
“Esses moços, pobre moços
Ah se soubessem o que eu sei
Não amavam não passavam
Aquilo que eu já passei
(...)
Se eles julgam
Que há um lindo futuro
Só o amor
Nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu
Por ser escuro
E vão ao inferno
À procura de luz
(...)”
E é na carona do sentimento de Lupicínio que chego à maturidade; quando, finalmente, depois de muitas tentativas, fracassos e sucessos, sinto-me como se estivesse pronta para usufruir a vida com a devida medida, intensidade e propósito. Curioso, pois é justamente aqui, em meio esta maturidade pronta, que me abro para o autoconhecimento, para a compreensão do mundo e das coisas, para rever relações e escolhas.
Mas como? Essas emoções não combinam! Reflexão e ação não deveriam acontecer assim, tão simultaneamente. Talvez, então, este seja o motivo real de buscarmos a longevidade! Um corpo saudável, uma mente culta e bem informada, combinados com as experiências do passado, autoconhecimento e uma melhor relação com o outro. Perfeito! Talvez, nesta combinação, eu esteja de fato pronta para usufruir a vida na medida e intensidade adequadas à felicidade. Mas será que tenho percebido desse modo? Ter chegado até aqui, ter vivido o que vivi, de fato tem me feito compreender que esta oportunidade pode valer ouro? Que padrões e valores têm sido, na prática, meu objetivo de perseguição diária?
Não é loucura que tanta gente adulta esteja usando a longevidade para ainda olhar a vida como uma caixa lúdica? Não há limite para sonhar, eu sei. Mas é preciso dividir, respeitar e viver sonhos menos egoístas e mais compartilhados! Alguém disse um desses provérbios populares de cartões: “sonho que sonha junto não é sonho, é realidade”.
É, meu caro Lupicínio, não são apenas os jovens que "deixam o céu por ser escuro e vão ao inferno à procura de luz!"...
Não me incomodo se me criticam por conjecturar sobre assuntos que “não levam a lugar algum”. Reconheço que sou passional em relação a vida. Há coisas que minha razão não consegue explicar com total compreensão, mas, sobre estas coisas, sei que me queimam o peito, me aceleram o pulso, me levam às lágrimas, me roubam o sono... São, em sua maioria, coisas tão relevantes, mas que não estão na lista de reflexão de todas as pessoas.
Quando se é criança, o mundo é uma enorme caixa lúdica – seja qual for a magnitude da fantasia ou o universo de realidades em que se vive. Já na adolescência, a vida é um alvoroço de idéias, emoções e questionamentos, sempre na perspectiva de que viver é uma aventura, de preferência, sem limites. A juventude é o auge! É quando se olha a vida como um grande desafio, envolvendo muitos sonhos, sempre num oceano de possibilidades, afinal, há uma vida inteira pela frente! Como tão poeticamente já cantou Lupicínio Rodrigues:
“Esses moços, pobre moços
Ah se soubessem o que eu sei
Não amavam não passavam
Aquilo que eu já passei
(...)
Se eles julgam
Que há um lindo futuro
Só o amor
Nesta vida conduz
Saibam que deixam o céu
Por ser escuro
E vão ao inferno
À procura de luz
(...)”
E é na carona do sentimento de Lupicínio que chego à maturidade; quando, finalmente, depois de muitas tentativas, fracassos e sucessos, sinto-me como se estivesse pronta para usufruir a vida com a devida medida, intensidade e propósito. Curioso, pois é justamente aqui, em meio esta maturidade pronta, que me abro para o autoconhecimento, para a compreensão do mundo e das coisas, para rever relações e escolhas.
Mas como? Essas emoções não combinam! Reflexão e ação não deveriam acontecer assim, tão simultaneamente. Talvez, então, este seja o motivo real de buscarmos a longevidade! Um corpo saudável, uma mente culta e bem informada, combinados com as experiências do passado, autoconhecimento e uma melhor relação com o outro. Perfeito! Talvez, nesta combinação, eu esteja de fato pronta para usufruir a vida na medida e intensidade adequadas à felicidade. Mas será que tenho percebido desse modo? Ter chegado até aqui, ter vivido o que vivi, de fato tem me feito compreender que esta oportunidade pode valer ouro? Que padrões e valores têm sido, na prática, meu objetivo de perseguição diária?
Não é loucura que tanta gente adulta esteja usando a longevidade para ainda olhar a vida como uma caixa lúdica? Não há limite para sonhar, eu sei. Mas é preciso dividir, respeitar e viver sonhos menos egoístas e mais compartilhados! Alguém disse um desses provérbios populares de cartões: “sonho que sonha junto não é sonho, é realidade”.
É, meu caro Lupicínio, não são apenas os jovens que "deixam o céu por ser escuro e vão ao inferno à procura de luz!"...
É lamentável, mas, como o ser humano é livre, suas ações não necessariamente seguirão esta minha interpretação.
Cada pessoa traz consigo suas lembranças, suas histórias de alegrias, tristezas, seus traumas, medos, frustrações, etc., e cada um se relaciona com isso a seu modo. O aprendizado, obviamente, também é diverso, tal qual as ações resultantes dessas experiências.
E é neste contexto que eu focalizo meu mundo. Por isso, por mais que estejam olhando numa mesma direção, o foco e a interpretação da vida (que é o que gera os sentimentos e as impressões) não será o mesmo entre diferentes pessoas, como também poderá não ser o mesmo em uma determinada pessoa ao longo dos anos.
Cada pessoa traz consigo suas lembranças, suas histórias de alegrias, tristezas, seus traumas, medos, frustrações, etc., e cada um se relaciona com isso a seu modo. O aprendizado, obviamente, também é diverso, tal qual as ações resultantes dessas experiências.
E é neste contexto que eu focalizo meu mundo. Por isso, por mais que estejam olhando numa mesma direção, o foco e a interpretação da vida (que é o que gera os sentimentos e as impressões) não será o mesmo entre diferentes pessoas, como também poderá não ser o mesmo em uma determinada pessoa ao longo dos anos.
"O fato da existência pode ser indubitável. Já o sentido e a interpretação da existência não são únicos e indubitáveis, são diversos e diferentes"
(Rita Josélia da Capela Pinheiro, in O Homem, a Angústia e sua Existência – um estudo sobre Kierkegaard )
Aí, talvez, esteja parte das nossas frustrações nos relacionamentos, pois aquele que divide comigo a estrada não tem que pensar exatamente como eu, e nem ter as mesmas impressões que eu tenho sobre as coisas e a vida, e, para algumas pessoas (e eu me incluo nisso, em parte), isto frustra.
Nem todo mundo vê o que eu vejo, do jeito que eu vejo, mesmo que esteja olhando para a mesma situação e caminhando a mesma estrada... Isto se aplica a muita coisa na vida. Isto me frustra sim. Até porque não tem sido enriquecedor caminhar com algumas pessoas...
O bom do diferente é quando a gente se sente desafiada no convívio e acaba se percebendo alguém melhor, vendo a relação andar, crescer. Gente diferente que não quer sair do lugar (entenda-se lugar por um monte de sentido: situação, estado de espírito, aprendizado, etc) não nos persuade, não nos impulsiona, não se move e nem nos move! É diferente de mim e é indiferente pro mundo! Gente que não abre os olhos. Não abre a janela da alma!
Não me julguem por demais pretensiosa. Eu gosto de pessoas de todos os tipos, e acredito que a diferença é uma benção para os relacionamentos. Só não me faz feliz seguir ao lado de gente superficial, que se limita no que vê sua razão, e sonha sempre no singular da realidade.
Gente passional é assim mesmo. Difícil de conviver. Como eu! (risos)
(Rita Josélia da Capela Pinheiro, in O Homem, a Angústia e sua Existência – um estudo sobre Kierkegaard )
Aí, talvez, esteja parte das nossas frustrações nos relacionamentos, pois aquele que divide comigo a estrada não tem que pensar exatamente como eu, e nem ter as mesmas impressões que eu tenho sobre as coisas e a vida, e, para algumas pessoas (e eu me incluo nisso, em parte), isto frustra.
Nem todo mundo vê o que eu vejo, do jeito que eu vejo, mesmo que esteja olhando para a mesma situação e caminhando a mesma estrada... Isto se aplica a muita coisa na vida. Isto me frustra sim. Até porque não tem sido enriquecedor caminhar com algumas pessoas...
O bom do diferente é quando a gente se sente desafiada no convívio e acaba se percebendo alguém melhor, vendo a relação andar, crescer. Gente diferente que não quer sair do lugar (entenda-se lugar por um monte de sentido: situação, estado de espírito, aprendizado, etc) não nos persuade, não nos impulsiona, não se move e nem nos move! É diferente de mim e é indiferente pro mundo! Gente que não abre os olhos. Não abre a janela da alma!
Não me julguem por demais pretensiosa. Eu gosto de pessoas de todos os tipos, e acredito que a diferença é uma benção para os relacionamentos. Só não me faz feliz seguir ao lado de gente superficial, que se limita no que vê sua razão, e sonha sempre no singular da realidade.
Gente passional é assim mesmo. Difícil de conviver. Como eu! (risos)
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