“Porque
agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço
em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” 1 Coríntios 13:12
Não
adianta.
Por
mais que nos esforcemos, por mais conhecimento que venhamos a adquirir, não conseguiremos, neste corpo
corruptível, atingir todo o potencial do propósito divino, sobrenatural e
transcendente que tanto nos fascina,
incomoda, intriga, desafia, e que
de fato nos faz falta, pois é o nosso ponto de partida e também o nosso destino
– por enquanto - invisível.
Não
adianta.
A
mente humana foi projetada
para o infinito, mas nossos olhos (sei lá
porquê) desde o princípio, se seduziram com o exterior e desenvolveram uma tendência de serem impactados de fora pra
dentro.
A beleza da criação era uma expressão da glória do Criador, mas o homem não contemplou, ele viu, se influenciou, e, por meio do fruto do conhecimento natural, passou a formatar sua imaginação a partir dos seus sentidos não abstratos; e é então, penso eu, quando o sobrenatural começa a se esvaziar de dentro da criatura. O sopro mágico e transcendente da vida original se mistura com as primeiras poluições visuais, sonoras, e com tudo de sensorial que o corpo conhece. Troca-se o encantamento pelo conhecimento, e, assim, sem perceber, perdemos o caminho de casa. A vida está fadada a ser uma peregrinação.
A beleza da criação era uma expressão da glória do Criador, mas o homem não contemplou, ele viu, se influenciou, e, por meio do fruto do conhecimento natural, passou a formatar sua imaginação a partir dos seus sentidos não abstratos; e é então, penso eu, quando o sobrenatural começa a se esvaziar de dentro da criatura. O sopro mágico e transcendente da vida original se mistura com as primeiras poluições visuais, sonoras, e com tudo de sensorial que o corpo conhece. Troca-se o encantamento pelo conhecimento, e, assim, sem perceber, perdemos o caminho de casa. A vida está fadada a ser uma peregrinação.
Não
adianta.
Eu
interpreto, tu interpretas, ele interpreta, mas parece que, por um bom tempo,
ainda veremos em parte (como bem parafraseou Renato Russo!) - como em um
espelho. E olha que, na época em
que provavelmente foi escrito o texto original, espelho não era essa maravilha de que nossos olhos tanto dependem hoje em dia! Eram objetos que reproduziam imagens turvas, desfocadas... Acho que esta era, portanto, a analogia do
texto: o que conhecemos está desfocados, como num enigma...
Um Parêntesis:
Isto
me lembra uma história curiosa sobre uma poesia musicada do Djavan: Flor de
Lis. Por sinal, belíssima!
Bom, a história contada e praticamente consagrada desta música, especificamente relacionada ao trecho: “E foi assim que
eu vi nosso amor na poeira, poeira, morto na beleza fria de Maria. E o meu
jardim da vida ressecou, morreu, do pé que brotou Maria, nem margarida nasceu” é um boato “sólido” de que a esposa dele (Maria) estaria grávida de uma menina
(Margarida) e teria morrido no parto. Por isso teria feito esta canção.
Assisti
uma entrevista com o Djavan, onde ele dizia achar muito curioso como surgiu tal interpretação, pois quando ele escreveu esta letra, em sua mente, não tinha nada a ver com
isso, e que este incidente sequer ocorreu em sua vida!!!
Pois é.... Costumeiro é inevitável desfoque da percepção limitada e influenciável de todos nós!
Agora, imaginemos: Se sobre Djavan, “gente como a gente”, contemporâneo, naturalmente acessível, nós já criamos história que não existe e não
atingimos a essência de sua criação poética...que dirá com
o universo (natural e sobrenatural), tamanha obra prima da criação!!!!
De novo: Não
adianta!
“É
só o amor que conhece o que é verdade”. Mas há muito que nós perdemos o caminho de casa. :(
E agora só a fé não formatada poderá nos mostrar , em meio a catarses e intempéries da vida, para onde olhar, o que ouvir e “reconhecer” como vínculo de perfeição. Só assim, então, seremos capazes de ver face a face. Só o amor. Não adianta.
E agora só a fé não formatada poderá nos mostrar , em meio a catarses e intempéries da vida, para onde olhar, o que ouvir e “reconhecer” como vínculo de perfeição. Só assim, então, seremos capazes de ver face a face. Só o amor. Não adianta.
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