Todos os dias, precisamos fugir
das ciladas da vaidade.
Não de uma aparência física
agradável diante do espelho, mas daquela vaidade que mora no porão, é é capaz
de governar todos os andares do nosso ser.
Tudo é vaidade e aflição de
espírito - já dizia o sábio. E ele tinha razão.
É mesmo. E isto é muito, muito
traiçoeiro.
É muito triste a gente se dar
conta dos próprios defeitos, das falências pessoais, dos medos...
Mas, pior que isto, é mascarar, e
perder-se em si mesmo. Porque a vaidade faz esse tipo de coisa. Somos levados
por nossa ilusão, machucamos gente querida, ficamos sós, e nos descobrimos
doentes.
Mas, ainda assim, desconstruir
nossa imagem para os outros nos parece pior. Então, a gente se esconde atrás de
falsas aparências, de prazeres momentâneos, e, no lugar da felicidade genuína,
nos perdemos na busca de um sentido pra viver...
Se tivermos coragem,
encontraremos o sentido, e teremos nossa vida de volta.
Não, nunca deixaremos de sofrer
os impactos da vida, mas minimizaremos
as aflições, pois saberemos quem somos -
com sucessos e fracassos,o que nos move, e para onde estamos caminhando. Os
tropeços e as surpresas serão sempre inevitáveis, mas conhecer-se e perceber-se
como parte de alguma coisa que faz sentido, nos traz paz, e, aos poucos, nos
cura do sombrio abismo do quarto da alma cerrada para qualquer raio de sol...
Minha oração é para que nossa
maquiagem diária seja apenas uma produção de cuidado com a beleza física para o
espelho do quarto de dormir! E que durmamos, com sono renovador, com sonhos
possíveis e em paz.