Lembro-me que quando ainda era uma criança, minha avó materna -
individuo produto “dos meios” de 1900, costumava dizer: “não confie numa pessoa
que alisa o cabelo. Se ela não assume o
cabelo, não vai assumir a palavra”. Bem... Isso me soava no mínimo curioso. Não considerava, mas arquivava.
Minha avó era fruto da sua época, e, embora fosse um pouco
adiante com suas peculiaridades, ainda assim carregava seus muitos preconceitos
socialmente adquiridos.
Em 1986, ela se foi.
Hoje, em pleno Século XXI, volta e meia, me pego pensando que sentido havia naquela filosofia. Obviamente nada é tão regular e simples, e nem tão letal. Não concordo com tamanho agouro, mas de vez em quando, me deparo com algumas situações que me aguçam a memória
emocional, e fico imaginando o que minha avó diria se eu lhe contasse quão
irrestrita se tornou em abrangência a teoria que ela associava apenas aos afro-descendentes,
e principalmente que hoje em dia tem gente que respeita e prefere justamente quem
não se assume!
:(
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