"Two roads diverged in a wood, and I... I took the one less traveled by, And that has made all the difference." (Frost)
segunda-feira, fevereiro 26, 2018
quarta-feira, fevereiro 07, 2018
Sentir a Vida Fazendo Sentido...
Nem sempre acertamos os
passos de todas as nossas caminhadas de vida, faz parte do aprendizado. Mas não
perceber o seu movimento é uma distração, e, assim, de distração em distração,
uma hora a gente se dá conta que deixou de viver - a gente existe, mas não preenche
esta existência com vida, porque não desfruta todos os seus “sentidos”.
Nossos sentidos são a ponte
que nos leva ao mundo exterior. Olfato,
paladar, visão, audição, tato, e, quem sabe, um sexto.... Por eles, entram e
saem um mundo de experiências. E as diversas áreas de nossa vida são como
diferentes caminhadas desse mundo de muitos ensaios: pessoais, profissionais,
sociais, etc. Sentir a vida que passa
por nós é explorar todas as pontes que a ela nos une. E isso tem a ver com tudo
que experimentamos.
O sistema nervoso central
transcendente da nossa existência é nutrido por nossas relações, relações estas
que são como a conexão de todos os sentidos, que juntos pulsam energia - de
dentro pra fora e de fora pra dentro, e faz funcionar a máquina da vida. Assim,
uma vida que vale a pena é percebida integralmente - comigo, com o outro, com
os momentos, com o ambiente...
Muito dos desequilíbrios que
se evidenciam na sociedade - corrupção, depressão, violência, desvios de comportamento,
e outros - começou microscopicamente numa distração isolada deste circuito de
vida. Alguém deixou de prestar atenção em alguém que, inevitavelmente, também
parou de prestar atenção em si, e não quis mais saber do outro, e por aí foi
indo... Sabe o que costuma sobrar dessas distrações? Angústias, conflitos, feridas,
e até algumas tiranias.
Não é bom negligenciar nossas
relações. Prestar atenção nas pessoas é promover atrito positivo para gerar
combustível nos vínculos que estabelecemos no nosso dia a dia. Relações transparentes e estruturadas
são sementes de onde germinarão
indivíduos fortes, com atitudes inspiradoras e transformadoras, capazes de impulsionar
toda uma sociedade.
Flexibilizar-se para
corresponder às mudanças ao nosso redor é sentir o movimento da vida, é ouvir
muito mais do que nos é dito, é olhar além do que se mostra, e degustar aromas
e sabores sem restrição de caminhada; e isto deve se aplicar não apenas em
nossos relacionamentos afetivos pessoais, mas em todas as nossas interações
diárias – familiares, sociais, profissionais e comunitárias.
A gente tem a mania de
congelar os conceitos aprendidos em “nossa” época, mesmo que isto signifique
uma curta experiência de vida. Quanta pretensão! Negamos o testemunho extraordinário
da própria vida, e a evidência cristalina e empírica de que todos os momentos
da história carregam a potência de milhares de outras histórias e eventos passados.
Então, para que desperdiçar tanto vigor com manobras emocionais sobre pessoas,
crenças e situações, simplesmente para obter resultados que caibam no meu
entendimento de mundo, em meus (literalmente) preconceitos e interesses
limitados, se posso ir muito além do meu umbigo genético, fazendo jus à
simbologia do umbigo da alma – que é uma consciência que ecoa na eternidade!
Sabe o que diz meu sexto sentido? O
mesmo que disse Teilhard de Chardin: “Não
somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais
vivendo uma experiência humana.”. Mas
infelizmente nossa soberba chega ao ponto de considerar-se alienígena. Até que
a própria vida nos ameace com sua inexorável “lei” do retorno.
Ainda
assim, eu creio numa graça que
transborda. Mesmo que não chegue a jorrar na terra!
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