quarta-feira, fevereiro 07, 2018

Sentir a Vida Fazendo Sentido...




Nem sempre acertamos os passos de todas as nossas caminhadas de vida, faz parte do aprendizado. Mas não perceber o seu movimento é uma distração, e, assim, de distração em distração, uma hora a gente se dá conta que deixou de viver - a gente existe, mas não preenche esta existência com vida, porque não desfruta todos os seus “sentidos”.
Nossos sentidos são a ponte que nos leva ao  mundo exterior. Olfato, paladar, visão, audição, tato, e, quem sabe, um sexto.... Por eles, entram e saem um mundo de experiências. E as diversas áreas de nossa vida são como diferentes caminhadas desse mundo de muitos ensaios: pessoais, profissionais, sociais, etc.  Sentir a vida que passa por nós é explorar todas as pontes que a ela nos une. E isso tem a ver com tudo que experimentamos.
O sistema nervoso central transcendente da nossa existência é nutrido por nossas relações, relações estas que são como a conexão de todos os sentidos, que juntos pulsam energia - de dentro pra fora e de fora pra dentro, e faz funcionar a máquina da vida. Assim, uma vida que vale a pena é percebida integralmente - comigo, com o outro, com os momentos, com o ambiente...
Muito dos desequilíbrios que se evidenciam na sociedade - corrupção, depressão, violência, desvios de comportamento, e outros - começou microscopicamente numa distração isolada deste circuito de vida. Alguém deixou de prestar atenção em alguém que, inevitavelmente, também parou de prestar atenção em si, e não quis mais saber do outro, e por aí foi indo... Sabe o que costuma sobrar dessas distrações? Angústias, conflitos, feridas, e até algumas tiranias.
Não é bom negligenciar nossas relações. Prestar atenção nas pessoas é promover atrito positivo para gerar combustível nos vínculos que estabelecemos no nosso dia a dia.  Relações transparentes e estruturadas são  sementes de onde germinarão indivíduos fortes, com atitudes inspiradoras e transformadoras, capazes de impulsionar toda uma sociedade.
Flexibilizar-se para corresponder às mudanças ao nosso redor é sentir o movimento da vida, é ouvir muito mais do que nos é dito, é olhar além do que se mostra, e degustar aromas e sabores sem restrição de caminhada; e isto deve se aplicar não apenas em nossos relacionamentos afetivos pessoais, mas em todas as nossas interações diárias – familiares, sociais, profissionais e comunitárias.
A gente tem a mania de congelar os conceitos aprendidos em “nossa” época, mesmo que isto signifique uma curta experiência de vida. Quanta pretensão! Negamos o testemunho extraordinário da própria vida, e a evidência cristalina e empírica de que todos os momentos da história carregam a potência de milhares de outras histórias e eventos passados. Então, para que desperdiçar tanto vigor com manobras emocionais sobre pessoas, crenças e situações, simplesmente para obter resultados que caibam no meu entendimento de mundo, em meus (literalmente) preconceitos e interesses limitados, se posso ir muito além do meu umbigo genético, fazendo jus à simbologia do umbigo da alma – que é uma consciência que ecoa na eternidade!
            Sabe o que diz meu sexto sentido? O mesmo que disse Teilhard de Chardin: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.”.  Mas infelizmente nossa soberba chega ao ponto de considerar-se alienígena. Até que a própria vida nos ameace com sua inexorável “lei” do retorno.
Ainda assim, eu creio  numa graça que transborda. Mesmo que não chegue a jorrar na terra!

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