quinta-feira, abril 28, 2011

Conhecimento demais engorda...



Desde que o mundo é mundo, assim tem sido.
Quanto mais a gente sabe das coisas, mais se depara com outras tantas que nos fazem pensar que ainda não sabemos o suficiente; e com freqüência erramos na aplicação do pouco que supomos saber.
De modo caricatural, imagino que temos nos "enchido" de conhecimento como quem sofre de bulimia nervosa. No afã de manter uma aparência globalizada, nos fartamos desequilibradamente de todo tipo de informação que temos acesso, ou que está "in”, e, com a alma imatura para digerir, inúmeras vezes nos flagramos "devolvendo" (para não ter que usar uma palavra indigesta) conhecimento em lugares ou circunstâncias não necessariamente apropriados. Não há sabedoria para selecionar e reter da informação circulante os ingredientes e as vitaminas realmente imprescindíveis à vida. Mostramos que comemos, mas continuamos fracos e sem vigor. Somos cultos e conhecedores de uma gama enorme de assuntos, mas ainda morremos em suicídios por depressão ou falta de dinheiro, matamos por desespero ou por não ser correspondido no amor, e buscamos o que nos falta em consultórios e pseudo-religiões.

Mas... O que será que nos falta?

"O homem come, o animal devora, o inteligente saboreia", diz o provérbio popular.

Temos sido meio homens, meio bichos, tal como, tem nos faltado inteligência.
Talvez porque ela – a inteligência - não tenha mesmo nada a ver com fome de conhecimento, mas sim com a motivação e o reservatório pessoal para o aprendizado, seja ele de que ordem for - intelectual ou emocional.

Há que se promover uma reeducação alimentar não gastronômica, mas informativo-cultural. Um profundo tratamento da saúde social e emocional, um tratamento capaz de gerar consciência e comprometimento.
Não podemos ficar esperando por autoridades e ONGs, temos que começar, mais ou menos assim: alimentando-me do essencial e nutritivo, influencio pessoas, e as sensibilizo, sustentando com paixão e coerência meus valores e a prática dos mesmos.
Sejamos inteligentes, saudáveis, e felizes. Sabendo usar, não vai faltar. Isto é regra geral, também vale para seleção do conhecimento.
E tudo será sempre uma questão de atitude.

"Confia no SENHOR de todo o teu coração, e não confies no teu próprio entendimento. reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal. Isto será saúde para a tua alma, e medula para os teus ossos." (Provérbios de Salomão - cap 3, vs 5,6,7,8)

quarta-feira, abril 27, 2011

Eu ainda acredito



Na nobreza de nosso pouco humano,
Há bichos por baixo de panos,
Fantasiando seus planos,
Convivendo com enganos,
Vestindo-se de falsos encantos.

Na pobreza de nossas pretensões,
Há barracos morando em mansões,
Maquiando as situações,
Usurpando-se anfitriões
De falidas ilusões.

Em contextos contraditórios,
De frustrações afins,
Surgem intentos simplórios,
Que se revelam marfins
Perdidos num mar profundo,
Quem sabe no fim do mundo….
Bem longe, tão longe assim.

São coisas do dia-a-dia,
Detalhes que, como a poesia,
Tocam bem dentro de mim…
É uma palavra de súbito,
Sorrisos, soluços, sussurros,
O que me permito, enfim.

Nem tudo está perdido.
Eu ainda acredito
Que possa ser mesmo assim.

sexta-feira, abril 08, 2011

Sobre a Violência... (Repostagem)

O que Fazer com Tanta Violência ?


Vivendo, as garantias são poucas; aliás, nenhuma certeza há, fora do mundo espiritual.
Os sonhos são muitos, as probabilidades, algumas; e a segurança passa por caminhos quase intangíveis. Realmente “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há(1).

A tendência humana pela violência, pela agressão, parece ter sido sempre uma válvula de escape de sua própria impotência, onde quer que ela se aplique, e de onde quer que venha. Eu acredito que emane de um mesmo lugar: o coração perdido, aflito, insatisfeito e ganancioso do homem. É assim desde que o mundo é mundo.
O que mudou (ou piorou) ao longo dos anos tem a ver com o tempo e aprendizagem (quanto mais eu faço, mais aprendo a fazer), com os “recursos”, a falsa modernidade, a destrutiva convivência tão próxima do mal e, conseqüentemente, a perda de sensibilidade para consigo mesmo, com o outro, com a natureza, que dirá, então, com o sobrenatural!

Essa coisa entre o homem e Deus - o que “era pra ter sido e não foi”, acabou desenhando uma relação misteriosa, distante e delicada entre eles.
Quando o Criador deixa de ter interferência direta, deixa de conviver de perto com sua criação, o livre-arbítrio, o “conhecimento do bem e do mal” traz a separação entre o “divino” e o “humano” e, com isso, uma eterna busca passa a morar no coração do homem. Uma busca por si mesmo, por explicações, por respostas que desvendem os muitos mistérios da vida. O homem torna-se, então, um eterno aspirante à felicidade, se possível, traduzida em um monte de momentos de alegria e prazer, com os estereótipos que seus olhos cobiçam. Essa busca só encontra paz quando ele é “re-conectado” ao divino pela “mágica” da fé, que rompe a barreira do mundo sobrenatural e transforma a visão, os sonhos, os planos e o caminho do homem. Sim, transforma o caminho do homem!

Não há justiça social, não há Direitos Humanos, não há e não haverá legislação, força ou poder no mundo capaz de alterar a cruel realidade de que somos vítimas, de longe ou de perto. Só transformando o caminho de cada ser humano - seus medos, frustrações, traumas, ansiedades, tristezas - o caminho do mundo, aos poucos, ficará menos sombrio, menos violento.

É um trabalho de formiguinha. Muitas formiguinhas sonhadoras, e cheias de fé!

Obviamente, não podemos desistir. É preciso tentar, levar causas adiante, conscientizar pessoas, lutar bravamente para minimizar as oportunidades que facilitam a violência, o medo, o abuso, a morte...

Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância(2)

Essa coisa entre o homem e Deus - “O que era para ter sido e não foi” - tem em Jesus a sua segunda chance!
E nós, que professamos tal verdade, precisamos rever nossos valores com uma visão realmente transformada, prontos para levantar bandeiras imaculadas, que sustentem o que cremos, e que se revelem através do que fazemos com o que cremos. Gente que se destaca por atitudes corajosas, encantadoras, inspiradoras, dignas e transformadoras. Gente conectada com Deus, e com o compromisso de ser sal.

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(1) trecho da música de Renato Russo (Legião Urbana)
(2) Bíblia Sagrada – Livro de João cap 10:10

sexta-feira, abril 01, 2011

Difícil Decisão...


“A vida começa no final de sua zona de conforto”
(Neale Donald Walsch)

Uni duni duni tê Salamê míngüê?
Não... Não é bem assim...

Uma decisão é sempre um divisor de águas. Seja pensada, seja impetuosa, sempre haverá um momento antes e depois da decisão. Por isso mesmo, talvez, tenhamos tanto receio de nos deparar com situações onde nos seja cobrada uma decisão. Se alguém puder fazer isso por nós, agradecemos. Até concordamos em apoiar, ajudar, “dar aquela força”, mas se a “batata quente” estiver em nossa mão... É melhor passar à frente.

Equilíbrio nas emoções é quase mandatório nesse campo minado de tomada de decisão. Há que se estar pronto para receber o louvor e a culpa, os méritos e a responsabilidade sobre as inevitáveis conseqüências. Os méritos, pode ser que alguém os esqueça, mas a culpa... Ah, não se preocupe, não esquecerão.
Decidir é um exercício de maturidade, um degrau significativo na escalada da inteligência emocional.

Vale dizer que, errando ou acertando, a gente sempre ganha muito quando “decide decidir”. E quanto mais nos expomos a decisões, mais treinamos decidir, e, aos poucos, vai ficando menos complicado. Vamos desenvolvendo uma sensibilidade pessoal sobre as circunstâncias, sobre as pessoas, sobre nós mesmos, nossa habilidade de lidar com o futuro, com os riscos e, principalmente, nossa capacidade de recomeçar sempre. Decidir é sempre uma oportunidade de tornar-se alguém melhor, ainda que traga algum desconforto ou medo. É uma chance de revelar-se, em valores, opiniões e caráter.

Toda decisão que você toma - toda decisão - não é uma decisão sobre o que você faz. É uma decisão sobre Quem Você É. Quando você vê isso, quando você entende isso, tudo muda. Você começa a ver a vida de um modo novo. Todos os eventos, ocorrências, e situações se transformam em oportunidades para fazer o que você veio fazer aqui.
” - Neale Donald Walsch

Por isso temos que nos esforçar para não poupar nossos filhos de situações onde eles já possam “aprender a decidir”. Melhor não poupá-los de frustrações e mudanças para garantir uma aparente felicidade. Puro engano. Ninguém é feliz vivendo num mundo fictício. Isso só traz insegurança. Cedo ou tarde, o mundo se revela, de um modo ou de outro, e as conseqüências acabam sendo bem piores, eles se depararão com decisões mais impactantes na vida e fatalmente não estarão pronto para elas.
Amar é plantar e regar, e não crescer no lugar do outro! É ser o porto seguro, o lugar de retorno, o colo... Mas não é viver a vida do outro, mesmo que este outro seja um pedaço da gente!

Não estou divagando sobre regras que me parecem fáceis, ou dando conselhos a quem não pediu. Estou refletindo em voz alta, e reforçando estas certezas no meu próprio pensar, para que estejam mais vivas em mim diariamente.

A única coisa que vale compartilhar é que escrevo sobre o que já vivenciei. Esta é minha reflexão, mas não é uma teoria impraticável, de resultados inviáveis. È real e válido.

Comecei a decidir já tarde, mas, ainda assim, guardei a responsabilidade de cada experiência, e, hoje, tenho descoberto verdadeiros tesouros fruto destas (algumas doloridas) decisões.

Uma decisão pode ser de resultado rápido ou demorado, por uma estrada curta ou longa, mas se o que nos move estiver coerente com quem somos e com o que cremos, esta mesma energia nos manterá em paz e nos fortalecerá.

“Esforça-te e tem bom ânimo; não temas nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”.
(Bíblia Sagrada, Livro de Josué, cap 1 vs.9)

Envelhecer é diferente de apodrecer

Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem? (Confúcio) Eu, com certeza, seria velha, em qualquer momento. Devo ter na...