terça-feira, janeiro 03, 2012

Sobre aprender a andar descalço...



Respeito é  imprescindível  e saber conviver com diferentes é uma arte, das mais nobres, eu diria. Não podemos obrigar às pessoas funcionarem dentro dos nossos parâmetros. Mas  desejar isso  de vez em quando é normal. 

Eu, por exemplo, aceito as diferenças, me submeto a algumas, mas tenho dificuldade em  conviver  intensa e transparentemente com determinadas pessoas e circunstâncias.  Não me refiro à aparência, idéias ou condição, mas a um mínimo de princípios! Só que inevitavelmente isto acaba esbarrando na educação, nos hábitos, na postura... E aí? Se eu não gosto ou não aceito é discriminação? É uma bela de uma saia justa, isto sim.

Mal comparando, respeitar as diferenças seria como entender que nem todo mundo usa o mesmo número de calçado e nem escolhe os mesmos caminhos. Tudo bem. Então está claro que, em muitos momentos, não caminharemos juntos. É assim? A tão famosa liberdade? A tal que termina a minha quando começa a do outro? Dizendo assim, parece bonito, mas na prática é tudo muito complicado.

Quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém” já dizia o poeta Vinícius de Moraes, e eu concordo. Por isso é difícil conviver intensamente com gente de diferentes princípios.  Das duas, uma: ou os conflitos nos separarão, ou vou acabar andando com o sapato dos outros. E, convenhamos,  dependendo da situação e das proporções , incomoda e machuca... Não vale a pena.

Pensando bem, respeitar as diferenças seria sobreviver às relações, e amar de verdade implicaria em andar ambos descalços. Sim, talvez os caminhos até tenham a ver com princípios, mas sapatos e parâmetros são amarras, e eu tenho mesmo muito o que aprender.

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