Respeito é imprescindível e saber conviver com diferentes é uma arte,
das mais nobres, eu diria. Não podemos obrigar às pessoas funcionarem dentro
dos nossos parâmetros. Mas desejar isso de vez em quando é normal.
Eu, por exemplo, aceito as
diferenças, me submeto a algumas, mas tenho dificuldade em conviver intensa e transparentemente com determinadas
pessoas e circunstâncias. Não me refiro à aparência, idéias ou condição, mas a um mínimo de princípios! Só
que inevitavelmente isto acaba esbarrando na educação, nos hábitos, na
postura... E aí? Se eu não gosto ou não aceito é discriminação? É uma bela de uma
saia justa, isto sim.
Mal comparando, respeitar as
diferenças seria como entender que nem todo mundo usa o mesmo número de calçado e
nem escolhe os mesmos caminhos. Tudo bem. Então está claro que, em muitos
momentos, não caminharemos juntos. É assim? A tão famosa liberdade? A tal que termina a
minha quando começa a do outro? Dizendo assim, parece bonito, mas na prática é tudo muito complicado.
“Quem de dentro de si não sai,
vai morrer sem amar ninguém” já dizia o poeta Vinícius de Moraes, e eu
concordo. Por isso é difícil conviver intensamente com gente de
diferentes princípios. Das duas, uma: ou
os conflitos nos separarão, ou vou acabar andando com o sapato dos outros. E,
convenhamos, dependendo da situação e
das proporções , incomoda e machuca... Não vale a pena.
Pensando bem, respeitar as diferenças seria sobreviver às relações, e amar de verdade implicaria em andar ambos descalços. Sim, talvez os caminhos até tenham a ver com princípios, mas sapatos e parâmetros são amarras, e eu tenho mesmo muito o que aprender.
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