Olhar para o terror e ainda apostar num “inferno” como recompensa mítica é, no mínimo, preguiça de pensar. O nosso real galardão é paz, amor e justiça; novos céus, nova terra, e vida eterna. Não existe figura feia, com chifre, rabo ou tridente capaz de devastar mais o ser humano que o próprio ser humano que abre a porta da sua alma para o mal. Não existe maior demônio que o nosso EU que, acreditando-se absoluto e com poder, influenciando ou sendo influenciado, dedica-se a seduzir o mundo contra a paz, o amor e a justiça, confundindo seus valores e roubando-lhe a esperança.
O inferno não são apenas os outros, como dizia Sartre, o inferno somos nós, a partir de nossas escolhas e portas abertas, a partir do que fazemos com nossas angústias, nossos sofrimentos, vaidades e ambições; e isto pode ser catastrófico em qualquer lugar e forma de expressão. Pode estar num púlpito explorando fiéis, num quarto planejando suicídio, atirando contra inocentes, explodindo ambientes, valendo-se da dependência e do sofrimento dos frágeis para tráfico e prostituição... A nossa guerra diária já é contra o mal. O Terrorismo é apenas uma das muitas faces do inferno.
Mas
e as vítimas? Bom... Eu concordo e acredito no mesmo que afirmou Teilhard de
Chardin: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos
seres espirituais vivendo uma experiência humana”. Daí, nosso livre arbítrio
tem o papel fundamental de definir o lado que escolhemos ficar. Todos estamos
numa peregrinação terrena, o que implica em esforços e fortalecimento constantes
para as grandes e pequenas batalhas diárias. A nossa luta não é meramente física
e emocional, vai muito além disso. Humanamente falando, todos somos aparentes
vítimas, em algum momento. O ideal seria que os nossos propósitos de vida estivessem alinhados com a premissa de que
o tempo urge, precisa fazer sentido, e deve agregar valor. Deixar um legado
não é exclusividade de ricos e famosos; todos temos “a parte que nos cabe neste
latifúndio” *, e nossos exemplos, influências e inspiração precisam ser levadas a sério, como quem passa adiante um bastão numa maratona.
Não obstante as inevitáveis consequências do sofrimento humano em toda sua amplitude e esfera, a vida é um dom, e mesmo que esta nos seja ceifada enquanto experimentada em forma humana, não deve ser menosprezada, pois a cereja desse bolo estar por vir, a guerra em si já foi vencida. Nossa missão é resgatar a cidadania divina – em nós e nos outros, para que, um dia, quem sabe, já não existam mais perdidos pelo caminho...
Assim, se sairmos de cena, voltaremos à fonte; todos nós - A quem a vida, a vida; a quem a morte, a morte.
Não obstante as inevitáveis consequências do sofrimento humano em toda sua amplitude e esfera, a vida é um dom, e mesmo que esta nos seja ceifada enquanto experimentada em forma humana, não deve ser menosprezada, pois a cereja desse bolo estar por vir, a guerra em si já foi vencida. Nossa missão é resgatar a cidadania divina – em nós e nos outros, para que, um dia, quem sabe, já não existam mais perdidos pelo caminho...
Assim, se sairmos de cena, voltaremos à fonte; todos nós - A quem a vida, a vida; a quem a morte, a morte.
E,
para aquilo que eu ainda não entendo, escolhi as palavras do Apóstolo Paulo em
sua carta aos Corintios como verdade:
"Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;
quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.
(...)
Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas,
então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei
plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.
Assim, permanecem
agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor."
* Poema - Morte e Vida Severina
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