terça-feira, janeiro 24, 2012

Fala Sério!



Ando meio irritada ultimamente com campanhas que têm surgido nas redes sociais contra a Rede Globo. Fala sério, pessoal! Isso é atitude digna do Bispo Macedo! E, convenhamos, ele não é exatamente alguém inspirador, é? Não digam!  Talvez eu prefira nem saber.
Bem...
Os meios de comunicação estão aí, há muito tempo, cumprindo o seu papel. Às vezes, aquém da expectativa,  por outras vezes, surpreendendo positivamente, e por outras, decepcionando os mais cultos e apurados em seu gosto e opinião. Neste  grupo, pretensiosamente, me incluo, relacionado, por exemplo, ao BBB.
Acho que manifestar-se é sempre bom. Não só com palavras, cartazes, mas também com atitudes coerentes com nossos pensamentos e ideais. Mas desagrados não podem dizer respeito única e exclusivamente à Rede Globo! De modo geral, as emissoras, e a televisão como um todo, têm oferecido em sua grade de programação, pelo menos algumas opções lamentáveis. Vale registrar o “descontentamento”, como vale ainda mais “não assistir”. Perder audiência fala mais alto que um  blá-blá-blá de ilustres desconhecidos...
Uma coisa é você se manifestar educativamente sobre um assunto ou  programa, outra coisa é ficar conclamando segmentos  e grupos para boicotes, como se estivéssemos falando de discriminação ou  posições partidárias! Desculpe, mas não é exclusividade da Rede Globo a pornografia, ou qualquer outra coisa passível de agredir "o" e "a" moral de tão “nobre” população!

Cristianismo, para mim, não é um partido político. Sou cristã evangélica de berço, e hoje sou cristã por convicção pessoal e, numa tentativa de esforço diário, esta tem sido minha filosofia de vida. Perdoem-me, mas essa guerrinha medíocre de alguns grupos que se identificam como “evangélicos” contra a Rede Globo é pura  falta de discernimento.
Na hora de aparecer por lá, “é nós na fita”, mas, se já não “dançam conforme a minha música”, já era? Ora, ora...

Ser “sal da terra” não é exibir-se em palcos ecléticos, pegar a onda da “liberdade de expressão”, cantar músicas com texto “gospel” para as multidões e levantar a galera . É muito mais do que isso.  Essa popularidade pode até entrar no pacote, mas, decididamente, banaliza o conceito  de Gospel.

Abrindo  parêntesis: Tudo bem que, na minha humilde e conservadora opinião, o sacro deve ter o seu espaço, sua liturgia, seu envolvimento, seu clima propício. Acho lindo quando o “divino” é invocado num ambiente de comunhão. O que eu quero dizer é que, embora não exista lugar para Deus falar com a gente, eu gosto de ter um lugar ambientado para a comunhão daqueles que estão querendo falar com Deus... Não sei se fui clara. Enfim...

Seja como for, acho maravilhoso quando você usa o seu dom, seu potencial, aquilo que mais esmeradamente você sabe fazer,  e por meio disso, acaba abençoando os outros (Se for cantar para as multidões e aparecer na Globo, que seja!) Mas isso não tem a ver com “estar na mídia”. Se você for um bom médico, uma professora dedicada,  um excelente ator, um advogado justo, ou um cantor na noite com música de qualidade e boa postura, em todas estas situações, você terá a chance de abençoar e “salgar” a terra.
Cristão é um ser humano comum, sujeito a coisas comuns, mas que se esforça, seja no que for, para fazer diferença - não “na fita”, mas na vida.

Se você quer mesmo saber, eu acho muito legal o posicionamento da Rede Globo quanto à “liberdade de expressão”. Acho que esta porta abre espaço pra muita coisa interessante, como também acaba gerando desconfortos e  dando a mesma oportunidade a belas porcarias. Faz parte. É a tal liberdade. Sempre cheia de armadilhas. Mas acho que cristãos, judeus, seja quem for, uma vez parte da proposta, devem dela  usufruir, e fazê-lo com o seu  melhor., além de contar com as inevitáveis consequências. O nome disso é maturidade, e  também pode ser chamado de discernimento na tomada de decisão.

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma” (Livro do Eclesiastes  cap 9 v.10).

Seja qual for o motivo, eu sugiro que desliguemos a TV e nos dediquemos à leitura de um bom livro, ou um bom bate-papo com a família. O impacto final disso em nós será inestimável se comparado a qualquer conclamação coletiva de boicotes radicais.

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