quinta-feira, julho 08, 2021

NEGACIONISMO - UM ESPELHO DISTORCIDO

 


Grandes tragédias que marcaram a humanidade foram fruto da ignorância de muitos a serviço  do negacionismo de alguns.
O negacionista é aquele que tem uma imagem distorcida de si, da sua história e de seus porões, e que projeta essa deformidade em tudo que faz. Se visitarmos os porões e baús empoeirados da história, vamos identificar condutas, omissões e barbáries tão familiares quanto um espelho. Para o negacionista, o que o espelho reflete não é a realidade.
Baús abertos aguçam memórias esquecidas, proporcionam novas interpretações, revitalizam nossa consciência, e remodelam nosso entendimento.

Conhecer nossas raízes como indivíduo, como povo, e como espécie é antídoto para desastres iminentes, e aprendizado para gerações futuras.  Na educação, nas Artes, nas ciências, e nos diálogos, existem portais capazes de nos levar ao encontro de nós mesmos. São espelhos para quem busca autoconhecimento e evolução. Por isso, para um déspota reinar, é imprescindível que o povo seja refém de seu formalismo distorcido, e não tenha conhecimento histórico, nem noção das possibilidades de um horizonte; ou seja, um povo sem educação é um prato cheio para ser devorado, sem piedade.

Os rastros dos acontecimentos históricos marcaram o passado, mas nossos passos seguem avante, pisando outros caminhos; então, quanto mais tivermos real noção dos erros cometidos, contados a partir de experiências legítimas,  sem saudosismo tolo, ou negacionismo intencional, mais habilitados estaremos para escrever uma nova história, evitar passos arriscados, passando o bastão para que o futuro assimile e prospere, com o devido discernimento e consciência renovada.

Autoconhecimento e empatia – a versão revisada do maior dos mandamentos: amar ao próximo como a si mesmo. Esta é a chave que abre as janelas democráticas do tempo; e olhar passado, presente e futuro com essa prerrogativa é mágico e transformador, porque ela nos coloca na perspectiva do outro, e valores como paz, justiça, respeito,  deixam de morar na propriedade do domínio da nossa conveniência, para se tornar um direito natural como a chuva, o sol, o vento, e o horizonte, este, sendo diverso, convida, encoraja, mas não se define, se renova, a partir do próximo ponto de visa, de um novo posicionamento, de uma nova condição, de um novo sentido.
Negar realidades, seja em que momento for, é interromper a cadeia de renovação da vida, seja por ordem natural, sobrenatural, ou mediada por uma ciência (no sentido de saberes). Um negacionista é um agente de morte, em suas mais variadas concepções,  pois todas se opõem à vida.


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